segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Seminário de Missões Água da Vida
OBS: O evento foi cancelado, o irmão Daniel Caveira sofreu um acidente de moto. Orem por ele, possivelmente ele terá q ser submetido a uma cirurgia.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Como podemos falar em “influenciar a cultura” se ainda estamos presos em debates inócuos?
Por Gutierres Siqueira
Você, leitor assídio do blog, já leu vários textos contra o legalismo nas Assembleias de Deus, minha denominação querida. Na nossa Escola Dominical estudaremos em algumas semanas sobre o papel do cristão como influenciador da cultura. Como professor fico me perguntando qual o sentido dessas lições (que são ótimas) em nosso contexto. Não estamos dando feijoada para quem ainda necessita de leite?
Deixa eu explicar. Uma denominação que ainda debate, pasmem, em muitos regiões deste país se é pecado jogar futebol (!) ou usar brincos, como poderá falar em coisas mais importantes? Como professor fico um tanto perdido. A maioria dos nossos líderes (pasmem) são presos no maniqueísmo “sagrado versus secular”, ou seja, a visão de cultura e o papel cristão na construção dessa cosmovisão fica totalmente comprometida. Se existe uma “roupa cúltica”, por exemplo, como falar que costumes são transitórios e que são parte de relatividade presente no cerne das culturas. E só lembrando que o maniqueísmo é totalmente antibíblico, assim como o legalismo que clama salvação pelo esforço humano.
Como vamos construir uma Teologia Pública, por exemplo, se em quatro em quatro anos apresentamos os “candidatos da igreja” que são parentes de importantes líderes? Como vamos falar sobre a construção de uma visão ética cristã se ainda estamos presos em vícios nacionais como o coronelismo? Como falar em uma visão cristã sobre o papel feminino se ainda debatemos maquiagem? Como falar em visão de mundo cristã se a básica interpretação bíblica é desprezada pela cegueira da tradição?
O assunto da Escola Dominical é nobre, mas passará pelas nossas igrejas e não encontrará um campo fértil. Será como a semente entre pedras, como na parábola de Jesus Cristo. É complicado introduzir feijoada no prato quando ainda estamos aprendendo duramente a tomar leite. Influenciar cultura? Nem entendemos o que é cultura!
***
Fonte: Teologia Pentecostal.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Missões Urbanas: Limites entre cultura e valores opostos ao Evangelho
Para iniciar nosso estudo, trabalharemos três conceitos de missões:
• Fundamentalismo missiológico: Rejeita a cultura, demonizando-a e se fechando para aquilo que ela pode oferecer.
Exemplo de fundamentalismo missiológico: Igrejas plantadas por missionários europeus e estadunidenses em meados do século 19 e 20. Os missionários impunham padrões de vestimenta européia aos habitantes de países tropicais. Também importavam seus instrumentos e cânticos, não valorizando a cultura autóctone. Tal tendência pode ser observada nas igrejas pentecostais.
• Liberalismo missiológico: Absorve a cultura, mesmo em seus aspectos negativos, culminando em paganizarão da fé
Exemplo de liberalismo missiológico: O movimento missionário cristão pós-constantino, que tinha como estratégia absorver a cultura dos países aos quais pregava, sem questionar a validade de tais práticas. Assim, a igreja sacramentalizou a cultura, colocando-a acima do evangelho. Tal tendência pode ser observada no catolicismo, no neopentecostalismo (contextualizando com a cultura capitalista) e no movimento emergente liberal, que trata questões como aborto e homossexualismo como demandas culturais, ao invés de práticas pecaminosas.
• Evangelismo missional: Dialoga com a cultura absorvendo e respeitando os valores que servem ao evangelho, ao mesmo tempo em que rejeita aquelas noções, muitas vezes tidas como culturais, que estão em oposição ao evangelho de Cristo.
Exemplo de evangelismo missional: A pregação de Jesus a mulher samaritana, onde o mestre pregou a mensagem de salvação a partir do contexto cultural daquela mulher; Paulo no areópago de Atenas, ao citar os filósofos pagãos em sua mensagem, criando uma ponte cultural através da qual introduziu o evangelho.
No entanto, o evangelismo missional dialoga com a cultura, sem ignorar o fato das culturas estarem manchadas pelo pecado. Assim, ele reconhece que nem tudo que é tido pelo homem moderno como valor cultural é aceitável diante de Deus. No fundamentalismo missiológico, a cultura é ignorada; no liberalismo cultural ela é endeusada e sobreposta ao evangelho. Já o cristianismo missional conversa com as diferentes culturas usando-as como ferramenta de contextualização, ao mesmo tempo em que rejeita valores culturais que se opõem a mensagem cristocêntrica.
Usando a cultura em favor do evangelho: Construindo pontes culturais para pregar o evangelho em um ambiente cultural diversificado
Se pudermos resumir a missiologia urbana e transcultural em uma só palavra, esta palavra é contextualização. Contextualizar significa apresentar idéias e pensamentos levando em consideração o contexto das pessoas, de modo a comunicar os fatos com maior clareza. Houve um tempo em que a contextualização era um principio distante, uma ferramenta usada apenas pelos missionários transculturais. No entanto, as demandas do mundo moderno e o ambiente policultural fazem da contextualização uma ferramenta indispensável à igreja contemporânea. A igreja que não contextualizar sua mensagem fossilizará e se tornará irrelevante para a sociedade ao seu redor.
Em Atos 17, o apostolo Paulo fez seu célebre discurso no areópago de Atenas. Cercado pela elite intelectual daquela cidade, ele apresentou um sermão engajado, no qual citava de memória os filósofos e poetas gregos, demonstrando afinidade com os temas de predileção daqueles homens. E foi assim, começando pelos poetas gregos que o doutor dos gentios conduziu seus ouvintes a mensagem de arrependimento. Quando Paulo mencionou a ressurreição, muitos se escandalizaram e se foram, mas Dionísio e alguns dos presentes se converteram ao cristianismo. Paulo foi sábio porque soube usar a cultura em seu benefício, construindo uma ponte por meio da qual introduziu o evangelho.
O diálogo de Jesus com a mulher samaritana, em João capítulo 4, também é fundamental para nosso entendimento acerca da contextualização. Nele, Jesus aborda o tema da salvação usando um dos elementos que fazia parte do cotidiano daquela mulher, a água. Ele era judeu, ela uma samaritana, e havia uma grande rivalidade entre ambos os grupos, mas Jesus iniciou seu diálogo a partir de um ponto em comum: o poço de Jacó (que era historicamente importante para judeus e samaritanos), e a sede existencial que todo ser humano tem. Assim, Jesus conseguiu apresentar o evangelho a mulher de forma eficaz, e ainda foi introduzido por ela a aldeia dos samaritanos.
Em todas as culturas existem determinados elementos que são comuns, e que devem ser explorados pela igreja em sua tarefa missionária. Uma igreja que deseja ser relevante deve estudar o grupo que deseja alcançar e, a partir desta analise, definir o tom da palestra, o estilo litúrgico, os ritmos musicais, a decoração do ambiente e definir as estratégias que facilitarão o diálogo com as pessoas que ela deseja alcançar. Se a igreja for “poli” ou “multicultural”, é bom que ela tenha programas específicos e ministros auxiliares que atuem como missionários para cada grupo alcançado (crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, estudantes, universitários, profissionais, undergrounds, etc.). Não pode, porém, permitir que a abordagem ocasione divisão ideológica ou partidarismos, pois a igreja é um misto de povos, línguas, etnias, todos em torno de uma só verdade.
Por ultimo, deve-se sempre lembrar que na contextualização o que varia é a apresentação, e não o conteúdo. O missionário é aquele que apresenta a mesma verdade de diferentes modos à diferentes culturas, e não aquele que apresenta verdades diferentes a cada cultura. Os métodos podem variar, mas o conteúdo é sempre o mesmo.
Quando os valores culturais conflitam com o evangelho: Uma abordagem missiológica da cultura da América Ibero-hispana
Um vídeo divulgado pela JOCUM mostra crianças portadoras de deficiências sendo enterradas vivas pelos pais em uma aldeia indígena. Para os índios daquela tribo, tal prática é aceitável. Para os antropólogos, trata-se de uma questão cultural. Para o evangelho, aquilo é assassinato.
No Brasil, ainda existe uma forte tendência machista, que despreza o trabalho feminino. Mulheres que trabalham ganham menos, mesmo que exerçam a mesma função. Para grande parte dos homens brasileiros, isso é um valor cultural, mas para o evangelho, isto é acepção, por tanto, pecado. Na América Hispana a mesma tendência cultural existe, sendo mais forte em algumas regiões. Demonstrações de afeto dos pais para com os filhos são tidas como fraqueza, e muitos maridos, por “imposição cultural”, maltratam suas mulheres e são violentos. Para a sociedade isso é cultura, mas para o evangelho, é pecado.
Nos EUA e na Europa, as pessoas tem desenvolvido uma tendência materialista e cética, onde o individualismo e o egoísmo são as marcas principais. O mesmo tem acontecido na América Latina, embora com menor intensidade. Este individualismo, egoísmo e ceticismo são todos nuances da cultura pós-moderna, mas são totalmente opostos ao evangelho, que é espiritual, coletivo e altruísta. O que os modernos sociólogos chamam de cultura, a bíblia chama de pecado.
Assim, podemos concluir que a abordagem comum que se faz da missiologia, que diz que o missionário deve coincidir totalmente com a cultura é sofisma. O evangelho não é uma esponja que simplesmente absorve a cultura, mas um poder que redime as culturas. A Palavra de Deus nos dá claro e amplo entendimento para discernir entre valores culturais e vícios morais. Quando se ignora isso, abrem-se as portas para o sincretistimo e paganizarão da religião cristã.
O princípio redentor da cultura na bíblia sagrada: Como o evangelho desafia os pressupostos culturais
Na Bíblia vemos diversos exemplos que nos possibilitam vislumbrar os limites entre cultura e pecado. Talvez o primeiro deles seja a recomendação do Senhor ao seu povo, quando eles entram na Terra Prometida, de que eles não deviam seguir os caminhos das nações. Obviamente, muitas daquelas noções religiosas cananéias eram parte de uma cultura, mas elas não deviam ser absorvidas pelos hebreus. Embora usado pelos missiólogos como paradigma de missionário transcultural, o estadista Daniel, juntamente com seus amigos, se recusou a comer dos manjares do Rei, e também não tomou do seu vinho, que era consagrado a ídolos. Eles estavam submersos na cultura babilônica, mas sabiam separar pressupostos culturais, conceitos morais e crenças religiosas (Cf. Daniel, cap. 1 - grifo nosso).
Jesus em sua encarnação foi judeu em todo aspecto da existência. No entanto, o fato dele mesmo ser judeu e de estar contextualizando com os judeus não o impediu de denunciar a hipocrisia dos fariseus que lavavam as mãos cerimonialmente antes de comer, quando seus corações continuavam impuros. Ele também se levantou contra o costume de consagrar seus bens ao Senhor quando parentes próximos passavam necessidade. Jesus foi missionário transcultural, mas não se submeteu incondicionalmente a cultura hebréia. Ele a redimiu. Tudo isso nos revela que o evangelho não é apenas um agente passivo e submisso à cultura, mas um agente transformador.
“O evangelho se submete à cultura na mesma proporção em que a cultura se submete ao evangelho, e desafia a cultura com a mesma intensidade que a cultura afronta a Palavra de Deus”
Conclusão
O tema deste estudo é na verdade uma incógnita no coração de muitos missionários urbanos e transculturais: “Como pregar o evangelho em um ambiente multicultural?”. Entendemos que a primeira coisa que o missionário deve fazer é encontrar a divisa entre a valorização da cultura e a absorção de valores opostos ao evangelho, posicionando-se de modo que lhe possibilite comunicar a mensagem de forma contextual e engajada, ao mesmo tempo em que resguarda os pressupostos absolutos contidos nas Escrituras.
Para isso ele deve usar a cultura a seu favor, rejeitando aqueles valores que, embora tidos por tendências culturais e modernas, se opõem ao evangelho. Ele deve dialogar com a cultura e usá-la como ferramenta pedagógica, mas não pode jamais endeusá-la, sobrepondo-a ao evangelho de Cristo. Por último, deve entender que o evangelho não é apenas um agente passivo e submisso à cultura, mas um agente transformador que muitas vezes se revela como principio contracultural, desafiando o status quo e redimindo a cultura ao nosso redor.
Fonte: NAPEC
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
• Fundamentalismo missiológico: Rejeita a cultura, demonizando-a e se fechando para aquilo que ela pode oferecer.
Exemplo de fundamentalismo missiológico: Igrejas plantadas por missionários europeus e estadunidenses em meados do século 19 e 20. Os missionários impunham padrões de vestimenta européia aos habitantes de países tropicais. Também importavam seus instrumentos e cânticos, não valorizando a cultura autóctone. Tal tendência pode ser observada nas igrejas pentecostais.
• Liberalismo missiológico: Absorve a cultura, mesmo em seus aspectos negativos, culminando em paganizarão da fé
Exemplo de liberalismo missiológico: O movimento missionário cristão pós-constantino, que tinha como estratégia absorver a cultura dos países aos quais pregava, sem questionar a validade de tais práticas. Assim, a igreja sacramentalizou a cultura, colocando-a acima do evangelho. Tal tendência pode ser observada no catolicismo, no neopentecostalismo (contextualizando com a cultura capitalista) e no movimento emergente liberal, que trata questões como aborto e homossexualismo como demandas culturais, ao invés de práticas pecaminosas.
• Evangelismo missional: Dialoga com a cultura absorvendo e respeitando os valores que servem ao evangelho, ao mesmo tempo em que rejeita aquelas noções, muitas vezes tidas como culturais, que estão em oposição ao evangelho de Cristo.
Exemplo de evangelismo missional: A pregação de Jesus a mulher samaritana, onde o mestre pregou a mensagem de salvação a partir do contexto cultural daquela mulher; Paulo no areópago de Atenas, ao citar os filósofos pagãos em sua mensagem, criando uma ponte cultural através da qual introduziu o evangelho.
No entanto, o evangelismo missional dialoga com a cultura, sem ignorar o fato das culturas estarem manchadas pelo pecado. Assim, ele reconhece que nem tudo que é tido pelo homem moderno como valor cultural é aceitável diante de Deus. No fundamentalismo missiológico, a cultura é ignorada; no liberalismo cultural ela é endeusada e sobreposta ao evangelho. Já o cristianismo missional conversa com as diferentes culturas usando-as como ferramenta de contextualização, ao mesmo tempo em que rejeita valores culturais que se opõem a mensagem cristocêntrica.
Usando a cultura em favor do evangelho: Construindo pontes culturais para pregar o evangelho em um ambiente cultural diversificado
Se pudermos resumir a missiologia urbana e transcultural em uma só palavra, esta palavra é contextualização. Contextualizar significa apresentar idéias e pensamentos levando em consideração o contexto das pessoas, de modo a comunicar os fatos com maior clareza. Houve um tempo em que a contextualização era um principio distante, uma ferramenta usada apenas pelos missionários transculturais. No entanto, as demandas do mundo moderno e o ambiente policultural fazem da contextualização uma ferramenta indispensável à igreja contemporânea. A igreja que não contextualizar sua mensagem fossilizará e se tornará irrelevante para a sociedade ao seu redor.
Em Atos 17, o apostolo Paulo fez seu célebre discurso no areópago de Atenas. Cercado pela elite intelectual daquela cidade, ele apresentou um sermão engajado, no qual citava de memória os filósofos e poetas gregos, demonstrando afinidade com os temas de predileção daqueles homens. E foi assim, começando pelos poetas gregos que o doutor dos gentios conduziu seus ouvintes a mensagem de arrependimento. Quando Paulo mencionou a ressurreição, muitos se escandalizaram e se foram, mas Dionísio e alguns dos presentes se converteram ao cristianismo. Paulo foi sábio porque soube usar a cultura em seu benefício, construindo uma ponte por meio da qual introduziu o evangelho.
O diálogo de Jesus com a mulher samaritana, em João capítulo 4, também é fundamental para nosso entendimento acerca da contextualização. Nele, Jesus aborda o tema da salvação usando um dos elementos que fazia parte do cotidiano daquela mulher, a água. Ele era judeu, ela uma samaritana, e havia uma grande rivalidade entre ambos os grupos, mas Jesus iniciou seu diálogo a partir de um ponto em comum: o poço de Jacó (que era historicamente importante para judeus e samaritanos), e a sede existencial que todo ser humano tem. Assim, Jesus conseguiu apresentar o evangelho a mulher de forma eficaz, e ainda foi introduzido por ela a aldeia dos samaritanos.
Em todas as culturas existem determinados elementos que são comuns, e que devem ser explorados pela igreja em sua tarefa missionária. Uma igreja que deseja ser relevante deve estudar o grupo que deseja alcançar e, a partir desta analise, definir o tom da palestra, o estilo litúrgico, os ritmos musicais, a decoração do ambiente e definir as estratégias que facilitarão o diálogo com as pessoas que ela deseja alcançar. Se a igreja for “poli” ou “multicultural”, é bom que ela tenha programas específicos e ministros auxiliares que atuem como missionários para cada grupo alcançado (crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, estudantes, universitários, profissionais, undergrounds, etc.). Não pode, porém, permitir que a abordagem ocasione divisão ideológica ou partidarismos, pois a igreja é um misto de povos, línguas, etnias, todos em torno de uma só verdade.
Por ultimo, deve-se sempre lembrar que na contextualização o que varia é a apresentação, e não o conteúdo. O missionário é aquele que apresenta a mesma verdade de diferentes modos à diferentes culturas, e não aquele que apresenta verdades diferentes a cada cultura. Os métodos podem variar, mas o conteúdo é sempre o mesmo.
Quando os valores culturais conflitam com o evangelho: Uma abordagem missiológica da cultura da América Ibero-hispana
Um vídeo divulgado pela JOCUM mostra crianças portadoras de deficiências sendo enterradas vivas pelos pais em uma aldeia indígena. Para os índios daquela tribo, tal prática é aceitável. Para os antropólogos, trata-se de uma questão cultural. Para o evangelho, aquilo é assassinato.
No Brasil, ainda existe uma forte tendência machista, que despreza o trabalho feminino. Mulheres que trabalham ganham menos, mesmo que exerçam a mesma função. Para grande parte dos homens brasileiros, isso é um valor cultural, mas para o evangelho, isto é acepção, por tanto, pecado. Na América Hispana a mesma tendência cultural existe, sendo mais forte em algumas regiões. Demonstrações de afeto dos pais para com os filhos são tidas como fraqueza, e muitos maridos, por “imposição cultural”, maltratam suas mulheres e são violentos. Para a sociedade isso é cultura, mas para o evangelho, é pecado.
Nos EUA e na Europa, as pessoas tem desenvolvido uma tendência materialista e cética, onde o individualismo e o egoísmo são as marcas principais. O mesmo tem acontecido na América Latina, embora com menor intensidade. Este individualismo, egoísmo e ceticismo são todos nuances da cultura pós-moderna, mas são totalmente opostos ao evangelho, que é espiritual, coletivo e altruísta. O que os modernos sociólogos chamam de cultura, a bíblia chama de pecado.
Assim, podemos concluir que a abordagem comum que se faz da missiologia, que diz que o missionário deve coincidir totalmente com a cultura é sofisma. O evangelho não é uma esponja que simplesmente absorve a cultura, mas um poder que redime as culturas. A Palavra de Deus nos dá claro e amplo entendimento para discernir entre valores culturais e vícios morais. Quando se ignora isso, abrem-se as portas para o sincretistimo e paganizarão da religião cristã.
O princípio redentor da cultura na bíblia sagrada: Como o evangelho desafia os pressupostos culturais
Na Bíblia vemos diversos exemplos que nos possibilitam vislumbrar os limites entre cultura e pecado. Talvez o primeiro deles seja a recomendação do Senhor ao seu povo, quando eles entram na Terra Prometida, de que eles não deviam seguir os caminhos das nações. Obviamente, muitas daquelas noções religiosas cananéias eram parte de uma cultura, mas elas não deviam ser absorvidas pelos hebreus. Embora usado pelos missiólogos como paradigma de missionário transcultural, o estadista Daniel, juntamente com seus amigos, se recusou a comer dos manjares do Rei, e também não tomou do seu vinho, que era consagrado a ídolos. Eles estavam submersos na cultura babilônica, mas sabiam separar pressupostos culturais, conceitos morais e crenças religiosas (Cf. Daniel, cap. 1 - grifo nosso).
Jesus em sua encarnação foi judeu em todo aspecto da existência. No entanto, o fato dele mesmo ser judeu e de estar contextualizando com os judeus não o impediu de denunciar a hipocrisia dos fariseus que lavavam as mãos cerimonialmente antes de comer, quando seus corações continuavam impuros. Ele também se levantou contra o costume de consagrar seus bens ao Senhor quando parentes próximos passavam necessidade. Jesus foi missionário transcultural, mas não se submeteu incondicionalmente a cultura hebréia. Ele a redimiu. Tudo isso nos revela que o evangelho não é apenas um agente passivo e submisso à cultura, mas um agente transformador.
“O evangelho se submete à cultura na mesma proporção em que a cultura se submete ao evangelho, e desafia a cultura com a mesma intensidade que a cultura afronta a Palavra de Deus”
Conclusão
O tema deste estudo é na verdade uma incógnita no coração de muitos missionários urbanos e transculturais: “Como pregar o evangelho em um ambiente multicultural?”. Entendemos que a primeira coisa que o missionário deve fazer é encontrar a divisa entre a valorização da cultura e a absorção de valores opostos ao evangelho, posicionando-se de modo que lhe possibilite comunicar a mensagem de forma contextual e engajada, ao mesmo tempo em que resguarda os pressupostos absolutos contidos nas Escrituras.
Para isso ele deve usar a cultura a seu favor, rejeitando aqueles valores que, embora tidos por tendências culturais e modernas, se opõem ao evangelho. Ele deve dialogar com a cultura e usá-la como ferramenta pedagógica, mas não pode jamais endeusá-la, sobrepondo-a ao evangelho de Cristo. Por último, deve entender que o evangelho não é apenas um agente passivo e submisso à cultura, mas um agente transformador que muitas vezes se revela como principio contracultural, desafiando o status quo e redimindo a cultura ao nosso redor.
Fonte: NAPEC
Em Cristo Jesus,
Pr. Artur Eduardo
sábado, 13 de novembro de 2010
Missões Urbanas: Piercings, Evangelho e Cultura
Fonte: Solomon
"Piercings estão cada vez mais comuns em nossos dias. Algo que há menos uma década era olhado com reprovação e preconceito, é hoje visto em homens, mulheres, jovens e até crianças. Se a sociedade parece estar aceitando esses adereços cada vez com mais naturalidade, os cristãos parecem confusos a respeito. Afinal de contas, a questão da aparência ainda é assunto de grande discussão e controvérsia em muitos círculos evangélicos. A primeira coisa que precisamos ter em mente quando o assunto é aparência pessoal, é que se trata de algo que muda com o tempo e com o lugar.
Usos e costumes estão diretamente ligados à cultura. Basicamente uma cultura é formada por três elementos: cosmovisão (a maneira como um povo vê o mundo), sistema de valores (o que é importante para aquele povo) e normas de conduta (o modo como um povo se comporta, e isso diz respeito tanto à vestimenta, como ao modo de se relacionar com os outros, etc.). Culturas são diferentes de acordo com sua cosmovisão, valores e normas de conduta. Arrotar em público após uma refeição é totalmente aceitável (e até louvável) em certas culturas, e repugnante em outras. Uma mulher com os seios à mostra é normal em muitos países da África (onde a mesma mulher não pode exibir as pernas acima do tornozelo) enquanto que o mesmo é obsceno em outras partes do mundo. Beijar na boca em público é normal aqui no Brasil, mas pode levar alguém à cadeia em certos países islâmicos. Nestes mesmos países islâmicos, um homem não pode andar de mãos dadas com sua esposa, mas pode andar de mãos dadas com outro homem. No Ocidente tal prática evoca idéias de homossexualismo. E por aí vai. Todas essas coisas são formas de expressão cultural. Podem ser um insulto ou algo escandaloso para os de fora (que não fazem parte da cultura), mas não são necessariamente erradas para quem é daquela cultura. O fato é que nenhuma cultura é totalmente igual à outra e nenhuma cultura está acima da outra
João viu no céu povos de todas as tribos, raças, línguas e nações (grupos étnicos). Todas as culturas possuem elementos que precisam ser valorizados e outros que precisam ser transformados pelo Evangelho. Sendo que a aparência pessoal é uma questão de expressão cultural, esta aparência também muda de acordo com a cultura. Pinturas na face e no corpo estão presentes em diversas culturas. Na Polinésia, os nativos usam a tatuagem para escrever sua história familiar no corpo. A tatuagem e o piercing no umbigo eram comuns no Antigo Egito. Alguns povos usam piercing, brincos e outras formas de alteração do corpo (body modification ou simplesmente body modi).
O problema é que o mundo está ficando pequeno. Estamos nos tornando cada vez mais uma aldeia global. Esta globalização faz com que certos costumes que antes só eram vistos em algumas culturas isoladas e lugares remotos da terra, comecem a se tornar moda em todo o mundo. A tatuagem de henna é um exemplo recente desta realidade. E quem são os responsáveis pelo lançamento da moda em nosso mundo? Os meios de comunicação em massa, que muitas vezes mostram artistas, músicos e cantores usando determinada roupa, adereço, estilos diferentes muitas vezes copiados por nós, ou porque não dizer, copiados de nós.
Isto mesmo! Citando dois exemplos: Os Rapper’s americanos não inventaram um estilo de roupa e ornamentos, eles já existiam, porém foram popularizados pela mídia. A popularização de alguns costumes orientais no Ocidente teve forte influência dos Beatles, quando estavam em sua fase “Flower and Power”. Muitas das batas, camisões e pantalonas que vemos hoje em nossas ruas, praças, e até na igreja, foram uma influência direta da que é chamada a “maior banda de todos os tempos”, porém, são “politicamente aceitas” por muitas de nossas lideranças. A popularização do piercing foi em 1993 com o vídeo clipe “Cryin”, do Aerosmith, onde Alicia Silverstone apareceu com um piercing no umbigo. Uma banda de rock, uma balada romântica, uma jovem atriz linda. Elementos essenciais para fazer a moda pop ou cultura pop, que nada mais é do que uma mistura de culturas e costumes do mundo pós-moderno. Leornard Sweet, professor metodista e um dos mais interessantes pensadores cristãos de nossa época, comenta sobre tatuagens e piercings em seu e-book recente “The Dawn Mistaken For Dusk”. Ele diz que, a razão pela qual “body modi” é o assunto nº.1 nas listas de discussões e bate-papos de jovens cristãos com menos de 30 anos nos EUA, é pelo fato disto fazer parte da cultura jovem pós-moderna atual (e quase global), uma cultura onde a imagem é altamente valorizada.
A ironia disso tudo é que cirurgias plásticas e implante de silicone são coisas cada vez mais aceitas pelos cristãos modernos. Tem personalidades famosas do mundo evangélico brasileiro com o corpo siliconado
Todavia, como diz Sweet, “Cirurgia plástica é uma forma severa de alteração do corpo. Isto é aceito, mas brincos e tatuagens, não são?”. Na Bíblia lemos à história de Isaque que deu a Rebeca uma argola de seis gramas de ouro para ser colocada no nariz (piercing) e, após fazer isto, ajoelhou-se para adorar a Deus. Penso que se o primeiro ato fosse pecado ou considerado pagão, então Isaque não teria adorado a Deus em seguida. No livro de Êxodo, percebemos que as mulheres dos hebreus usavam brincos e argolas, os quais foram oferecidos como oferta dedicada ao Senhor para a construção do Tabernáculo. Novamente, não penso que Deus aceitaria de seu povo ofertas que representassem costumes pagãos.
O texto mais intrigante para mim se encontra em Ez 16.11-12: “Também te adornei com enfeites, e te pus braceletes nas mãos e colar à roda do teu pescoço. Coloquei-te um pendente no nariz, arrecadas nas orelhas, e linda coroa na cabeça” (ARA), onde o próprio Deus diz que adornou Jerusalém com jóias, pulseiras, colares, argolas para o nariz e brincos para as orelhas. Ao que parece, tais adornos não eram uma ofensa ao Senhor.
Uma vez que a Bíblia parece não condenar o uso de piercing, por que deveríamos nós? Nosso desafio não é condenar, mas orientar as pessoas (principalmente os jovens) para os riscos que existem em fazer estas coisas sem uma orientação profissional e cuidados de higiene e saúde. A pessoa está consciente dos riscos de inflamação, doenças contagiosas e “efeitos colaterais” diante da sociedade? Está consciente de que algumas alterações são irreversíveis e, mesmo diante da possibilidade de reversão, podem deixar marcas para o resto da vida? Mais ainda, precisamos falar sobre questões de identidade, valor pessoal e auto-imagem. Pois são estas as questões mais importantes para quem está considerando qualquer forma de alteração do corpo, seja uma plástica no nariz, implantar silicone, colocar um piercing ou fazer uma tatuagem.
Entendo que este é um assunto de grande interesse entre os jovens cristãos e, ao mesmo tempo, tremendamente controverso.
A primeira coisa que noto na maioria dos cristãos que condenam tatuagens e piercings como pecado é que eles se apóiam principalmente no texto de Levítico 19:28 que diz:
“Não façam cortes no corpo por causa dos mortos, nem tatuagens em si mesmos. Eu sou o Senhor”.
Eu tenho quase certeza de que esses mesmos cristãos que utilizam este texto para condenar tatuagem não encontram problema algum em barbear-se, vestir-se com roupas feitas com dois tipos de tecido, comer carne de porco ou lagosta ou ter um jardim em casa com plantas de diferentes espécies. Mas essas coisas também eram proibidas no Livro de Levítico. Tiago diz que se alguém quiser viver pela Lei, então deverá cumprir toda a Lei. Os cristãos, no entanto, não são justificados pela Lei e sim pela fé em Cristo. Quem conhece a Bíblia sabe qual deve ser a atitude e o comportamento do cristão de acordo com Grande Mandamento, ou o “novo mandamento” e a submissão ao Espírito Santo.
Em segundo lugar, gostaria de lembrar que, no meu entendimento, embora não exista nenhuma condenação bíblica para o uso de piercings ou tatuar-se, a Bíblia é clara quanto a uma coisa: não devemos exagerar em nada! Paulo fala sobre o vestir-se com modéstia e Pedro diz que devemos procurar a beleza interior, que é a que tem valor real para Deus. Muitas pessoas que fazem tatuagens e piercings fazem com a motivação de chamar a atenção para si ou até de chocar os outros, numa atitude rebelde. Tal atitude é claramente condenada por Deus em Isaías 3 onde o profeta diz que, por causa da arrogância das mulheres, Deus iria arrancar seus enfeites (incluindo piercing no nariz), suas roupas caras e raspar-lhes a cabeça num sinal de vergonha. Quando algo em minha vida se torna uma obsessão ou começa a ter mais importância que meu relacionamento com Deus e com o Seu povo, então tal coisa deve ser rechaçada. Por isso Paulo disse: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine… Tudo é permitido, mas nem tudo edifica.” (1 Coríntios 6.12; 10.23)
Finalmente, para qualquer pessoa que esteja considerando colocar um piercing ou fazer uma tatuagem, eu sugeriria que se se lembrasse do seguinte:
Como cristão, acredito que devemos orar e pedir a orientação de Deus em primeiro lugar. Será que isso é apropriado para minha vida?
A Bíblia diz que devemos honrar e obedecer aos pais. Então consulte seus pais antes de fazer qualquer coisa.
A Bíblia diz que o corpo do cristão é o templo do Espírito Santo. Por esta causa não devemos colocar nada em nosso corpo que desonre a Deus ou contrarie nossos valores espirituais. Imagens de nudismo ou que evocam violência, símbolos esotéricos, palavras de maldição, etc. estão fora de cogitação.
O mundo coorporativo e empresarial tende a desprezar pessoas tatuadas. Pense bem antes de fazer uma tatuagem, pois ela poderá lhe custar uma vaga de emprego no futuro.
Lembre-se de que possivelmente você irá ter esta marca em seu corpo o resto de sua vida. Não faça nada de que você venha se arrepender mais tarde!"
Autor: Sandro Baggio
"Piercings estão cada vez mais comuns em nossos dias. Algo que há menos uma década era olhado com reprovação e preconceito, é hoje visto em homens, mulheres, jovens e até crianças. Se a sociedade parece estar aceitando esses adereços cada vez com mais naturalidade, os cristãos parecem confusos a respeito. Afinal de contas, a questão da aparência ainda é assunto de grande discussão e controvérsia em muitos círculos evangélicos. A primeira coisa que precisamos ter em mente quando o assunto é aparência pessoal, é que se trata de algo que muda com o tempo e com o lugar.
Usos e costumes estão diretamente ligados à cultura. Basicamente uma cultura é formada por três elementos: cosmovisão (a maneira como um povo vê o mundo), sistema de valores (o que é importante para aquele povo) e normas de conduta (o modo como um povo se comporta, e isso diz respeito tanto à vestimenta, como ao modo de se relacionar com os outros, etc.). Culturas são diferentes de acordo com sua cosmovisão, valores e normas de conduta. Arrotar em público após uma refeição é totalmente aceitável (e até louvável) em certas culturas, e repugnante em outras. Uma mulher com os seios à mostra é normal em muitos países da África (onde a mesma mulher não pode exibir as pernas acima do tornozelo) enquanto que o mesmo é obsceno em outras partes do mundo. Beijar na boca em público é normal aqui no Brasil, mas pode levar alguém à cadeia em certos países islâmicos. Nestes mesmos países islâmicos, um homem não pode andar de mãos dadas com sua esposa, mas pode andar de mãos dadas com outro homem. No Ocidente tal prática evoca idéias de homossexualismo. E por aí vai. Todas essas coisas são formas de expressão cultural. Podem ser um insulto ou algo escandaloso para os de fora (que não fazem parte da cultura), mas não são necessariamente erradas para quem é daquela cultura. O fato é que nenhuma cultura é totalmente igual à outra e nenhuma cultura está acima da outra
João viu no céu povos de todas as tribos, raças, línguas e nações (grupos étnicos). Todas as culturas possuem elementos que precisam ser valorizados e outros que precisam ser transformados pelo Evangelho. Sendo que a aparência pessoal é uma questão de expressão cultural, esta aparência também muda de acordo com a cultura. Pinturas na face e no corpo estão presentes em diversas culturas. Na Polinésia, os nativos usam a tatuagem para escrever sua história familiar no corpo. A tatuagem e o piercing no umbigo eram comuns no Antigo Egito. Alguns povos usam piercing, brincos e outras formas de alteração do corpo (body modification ou simplesmente body modi).
O problema é que o mundo está ficando pequeno. Estamos nos tornando cada vez mais uma aldeia global. Esta globalização faz com que certos costumes que antes só eram vistos em algumas culturas isoladas e lugares remotos da terra, comecem a se tornar moda em todo o mundo. A tatuagem de henna é um exemplo recente desta realidade. E quem são os responsáveis pelo lançamento da moda em nosso mundo? Os meios de comunicação em massa, que muitas vezes mostram artistas, músicos e cantores usando determinada roupa, adereço, estilos diferentes muitas vezes copiados por nós, ou porque não dizer, copiados de nós.
Isto mesmo! Citando dois exemplos: Os Rapper’s americanos não inventaram um estilo de roupa e ornamentos, eles já existiam, porém foram popularizados pela mídia. A popularização de alguns costumes orientais no Ocidente teve forte influência dos Beatles, quando estavam em sua fase “Flower and Power”. Muitas das batas, camisões e pantalonas que vemos hoje em nossas ruas, praças, e até na igreja, foram uma influência direta da que é chamada a “maior banda de todos os tempos”, porém, são “politicamente aceitas” por muitas de nossas lideranças. A popularização do piercing foi em 1993 com o vídeo clipe “Cryin”, do Aerosmith, onde Alicia Silverstone apareceu com um piercing no umbigo. Uma banda de rock, uma balada romântica, uma jovem atriz linda. Elementos essenciais para fazer a moda pop ou cultura pop, que nada mais é do que uma mistura de culturas e costumes do mundo pós-moderno. Leornard Sweet, professor metodista e um dos mais interessantes pensadores cristãos de nossa época, comenta sobre tatuagens e piercings em seu e-book recente “The Dawn Mistaken For Dusk”. Ele diz que, a razão pela qual “body modi” é o assunto nº.1 nas listas de discussões e bate-papos de jovens cristãos com menos de 30 anos nos EUA, é pelo fato disto fazer parte da cultura jovem pós-moderna atual (e quase global), uma cultura onde a imagem é altamente valorizada.
A ironia disso tudo é que cirurgias plásticas e implante de silicone são coisas cada vez mais aceitas pelos cristãos modernos. Tem personalidades famosas do mundo evangélico brasileiro com o corpo siliconado
Todavia, como diz Sweet, “Cirurgia plástica é uma forma severa de alteração do corpo. Isto é aceito, mas brincos e tatuagens, não são?”. Na Bíblia lemos à história de Isaque que deu a Rebeca uma argola de seis gramas de ouro para ser colocada no nariz (piercing) e, após fazer isto, ajoelhou-se para adorar a Deus. Penso que se o primeiro ato fosse pecado ou considerado pagão, então Isaque não teria adorado a Deus em seguida. No livro de Êxodo, percebemos que as mulheres dos hebreus usavam brincos e argolas, os quais foram oferecidos como oferta dedicada ao Senhor para a construção do Tabernáculo. Novamente, não penso que Deus aceitaria de seu povo ofertas que representassem costumes pagãos.
O texto mais intrigante para mim se encontra em Ez 16.11-12: “Também te adornei com enfeites, e te pus braceletes nas mãos e colar à roda do teu pescoço. Coloquei-te um pendente no nariz, arrecadas nas orelhas, e linda coroa na cabeça” (ARA), onde o próprio Deus diz que adornou Jerusalém com jóias, pulseiras, colares, argolas para o nariz e brincos para as orelhas. Ao que parece, tais adornos não eram uma ofensa ao Senhor.
Uma vez que a Bíblia parece não condenar o uso de piercing, por que deveríamos nós? Nosso desafio não é condenar, mas orientar as pessoas (principalmente os jovens) para os riscos que existem em fazer estas coisas sem uma orientação profissional e cuidados de higiene e saúde. A pessoa está consciente dos riscos de inflamação, doenças contagiosas e “efeitos colaterais” diante da sociedade? Está consciente de que algumas alterações são irreversíveis e, mesmo diante da possibilidade de reversão, podem deixar marcas para o resto da vida? Mais ainda, precisamos falar sobre questões de identidade, valor pessoal e auto-imagem. Pois são estas as questões mais importantes para quem está considerando qualquer forma de alteração do corpo, seja uma plástica no nariz, implantar silicone, colocar um piercing ou fazer uma tatuagem.
Entendo que este é um assunto de grande interesse entre os jovens cristãos e, ao mesmo tempo, tremendamente controverso.
A primeira coisa que noto na maioria dos cristãos que condenam tatuagens e piercings como pecado é que eles se apóiam principalmente no texto de Levítico 19:28 que diz:
“Não façam cortes no corpo por causa dos mortos, nem tatuagens em si mesmos. Eu sou o Senhor”.
Eu tenho quase certeza de que esses mesmos cristãos que utilizam este texto para condenar tatuagem não encontram problema algum em barbear-se, vestir-se com roupas feitas com dois tipos de tecido, comer carne de porco ou lagosta ou ter um jardim em casa com plantas de diferentes espécies. Mas essas coisas também eram proibidas no Livro de Levítico. Tiago diz que se alguém quiser viver pela Lei, então deverá cumprir toda a Lei. Os cristãos, no entanto, não são justificados pela Lei e sim pela fé em Cristo. Quem conhece a Bíblia sabe qual deve ser a atitude e o comportamento do cristão de acordo com Grande Mandamento, ou o “novo mandamento” e a submissão ao Espírito Santo.
Em segundo lugar, gostaria de lembrar que, no meu entendimento, embora não exista nenhuma condenação bíblica para o uso de piercings ou tatuar-se, a Bíblia é clara quanto a uma coisa: não devemos exagerar em nada! Paulo fala sobre o vestir-se com modéstia e Pedro diz que devemos procurar a beleza interior, que é a que tem valor real para Deus. Muitas pessoas que fazem tatuagens e piercings fazem com a motivação de chamar a atenção para si ou até de chocar os outros, numa atitude rebelde. Tal atitude é claramente condenada por Deus em Isaías 3 onde o profeta diz que, por causa da arrogância das mulheres, Deus iria arrancar seus enfeites (incluindo piercing no nariz), suas roupas caras e raspar-lhes a cabeça num sinal de vergonha. Quando algo em minha vida se torna uma obsessão ou começa a ter mais importância que meu relacionamento com Deus e com o Seu povo, então tal coisa deve ser rechaçada. Por isso Paulo disse: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine… Tudo é permitido, mas nem tudo edifica.” (1 Coríntios 6.12; 10.23)
Finalmente, para qualquer pessoa que esteja considerando colocar um piercing ou fazer uma tatuagem, eu sugeriria que se se lembrasse do seguinte:
Como cristão, acredito que devemos orar e pedir a orientação de Deus em primeiro lugar. Será que isso é apropriado para minha vida?
A Bíblia diz que devemos honrar e obedecer aos pais. Então consulte seus pais antes de fazer qualquer coisa.
A Bíblia diz que o corpo do cristão é o templo do Espírito Santo. Por esta causa não devemos colocar nada em nosso corpo que desonre a Deus ou contrarie nossos valores espirituais. Imagens de nudismo ou que evocam violência, símbolos esotéricos, palavras de maldição, etc. estão fora de cogitação.
O mundo coorporativo e empresarial tende a desprezar pessoas tatuadas. Pense bem antes de fazer uma tatuagem, pois ela poderá lhe custar uma vaga de emprego no futuro.
Lembre-se de que possivelmente você irá ter esta marca em seu corpo o resto de sua vida. Não faça nada de que você venha se arrepender mais tarde!"
Autor: Sandro Baggio
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Notícias da Eritréia (11º lugar em perseguição a cristãos)
A igreja sofre a pior perseguição da história
A perseguição
Os cristãos estão sofrendo a pior perseguição de toda a história da Eritréia.
A Constituição de 1997 provê liberdade religiosa, no entanto, ela ainda não foi implementada. Assim, não é permitida a distribuição de Bíblias no Exército e nas escolas. Desde setembro de 2001, foi suspensa definitivamente toda impressão de materiais religiosos (papeis e livros devocionais ou particulares etc.).
Desde maio de 2002, todas as igrejas evangélicas estão fechadas por ordem do governo e precisam de autorização para funcionar. A prática de prender aqueles que se reúnem ou exercem qualquer outra atividade religiosa sem a autorização do governo já causou a prisão de mais de dois mil cristãos. Eles são mantidos em condições desumanas, presos em contêineres de metal ou em celas subterrâneas.
Os evangélicos não têm personalidade jurídica e, até agora, os registros para suas igrejas não foram concedidos. Atualmente, a igreja evangélica reúne-se ilegalmente nas casas. O governo controla as escolas que eram cristãs e reluta em registrar outras.
Em 2002, o governo do presidente Isaías Afworki fechou as 12 igrejas protestantes independentes da Eritreia, proibindo suas congregações de se reunirem até mesmo em casas. Desde então, pastores, soldados, mulheres, adolescentes, crianças e idosos foram presos quando surpreendidos em uma reunião, lendo a Bíblia e orando em grupos. O estado reconhece somente quatro instituições religiosas "históricas" no país, a saber: o islamismo, e as igrejas ortodoxa, católica e luterana evangélica.
Dois líderes chave da Igreja do Evangelho Pleno, uma das maiores denominações pentecostais da Eritreia, foram presos às seis horas da manhã de 23 de maio de 2004, em suas casas, em Asmara. Durante as detenções, os policiais confiscaram as chaves dos gabinetes pastorais, e ameaçaram verbalmente suas esposas. Haile Naizgi, que atualmente trabalha como presidente da Igreja do Evangelho Pleno e o Dr. Kifle Gebremeskel, como presidente da Aliança Evangélica na Eritreia, estão presos em Asmara sem nenhum contato com suas famílias ou visitantes.
Na mesma época, uma cantora cristã da Eritreia também foi presa em uma operação do Ministério da Defesa, apesar dela já ter cumprido seu serviço militar e nacional obrigatório.
Helen Berhane era membro da Igreja Rema e havia lançado um disco que se tornara popular entre os jovens. Ela não atendeu às exigências de assinar um documento renegando sua fé em Cristo, prometendo não cantar mais, não compartilhar sua fé em Cristo e não realizar quaisquer atividades cristãs na Eritreia.
Por conta disso, Helen ficou presa até o início de 2007. Ela saiu do país clandestinamente naquele ano e conseguiu asilo na Dinamarca, onde mora com sua filha.
Entre 2008 e 2009, foram registradas as mortes de quatro cristãos nas prisões do país. Azib Simon, 37 anos, morreu de malária no Centro de Treinamento Militar Wi"a em agosto de 2008. Mogos Hagos Kiflom, 37, e Mehari Gebreneguse Asgedom, 42, morreram prisão militar de Mitire. Ambos, em consequência da tortura que sofreram.
Motivos de oração
Os cristãos estão sofrendo a pior perseguição de toda a história da Eritréia.
A Constituição de 1997 provê liberdade religiosa, no entanto, ela ainda não foi implementada. Assim, não é permitida a distribuição de Bíblias no Exército e nas escolas. Desde setembro de 2001, foi suspensa definitivamente toda impressão de materiais religiosos (papeis e livros devocionais ou particulares etc.).
Desde maio de 2002, todas as igrejas evangélicas estão fechadas por ordem do governo e precisam de autorização para funcionar. A prática de prender aqueles que se reúnem ou exercem qualquer outra atividade religiosa sem a autorização do governo já causou a prisão de mais de dois mil cristãos. Eles são mantidos em condições desumanas, presos em contêineres de metal ou em celas subterrâneas.
Os evangélicos não têm personalidade jurídica e, até agora, os registros para suas igrejas não foram concedidos. Atualmente, a igreja evangélica reúne-se ilegalmente nas casas. O governo controla as escolas que eram cristãs e reluta em registrar outras.
Em 2002, o governo do presidente Isaías Afworki fechou as 12 igrejas protestantes independentes da Eritreia, proibindo suas congregações de se reunirem até mesmo em casas. Desde então, pastores, soldados, mulheres, adolescentes, crianças e idosos foram presos quando surpreendidos em uma reunião, lendo a Bíblia e orando em grupos. O estado reconhece somente quatro instituições religiosas "históricas" no país, a saber: o islamismo, e as igrejas ortodoxa, católica e luterana evangélica.
Dois líderes chave da Igreja do Evangelho Pleno, uma das maiores denominações pentecostais da Eritreia, foram presos às seis horas da manhã de 23 de maio de 2004, em suas casas, em Asmara. Durante as detenções, os policiais confiscaram as chaves dos gabinetes pastorais, e ameaçaram verbalmente suas esposas. Haile Naizgi, que atualmente trabalha como presidente da Igreja do Evangelho Pleno e o Dr. Kifle Gebremeskel, como presidente da Aliança Evangélica na Eritreia, estão presos em Asmara sem nenhum contato com suas famílias ou visitantes.
Na mesma época, uma cantora cristã da Eritreia também foi presa em uma operação do Ministério da Defesa, apesar dela já ter cumprido seu serviço militar e nacional obrigatório.
Helen Berhane era membro da Igreja Rema e havia lançado um disco que se tornara popular entre os jovens. Ela não atendeu às exigências de assinar um documento renegando sua fé em Cristo, prometendo não cantar mais, não compartilhar sua fé em Cristo e não realizar quaisquer atividades cristãs na Eritreia.
Por conta disso, Helen ficou presa até o início de 2007. Ela saiu do país clandestinamente naquele ano e conseguiu asilo na Dinamarca, onde mora com sua filha.
Entre 2008 e 2009, foram registradas as mortes de quatro cristãos nas prisões do país. Azib Simon, 37 anos, morreu de malária no Centro de Treinamento Militar Wi"a em agosto de 2008. Mogos Hagos Kiflom, 37, e Mehari Gebreneguse Asgedom, 42, morreram prisão militar de Mitire. Ambos, em consequência da tortura que sofreram.
Motivos de oração
- Ore para que as restrições ao trabalho das ONGs estrangeiras sejam suspensas, e que seja mantida a harmonia entre as comunidades étnicas e religiosas.
- Ore para que os cristãos sejam fervorosos por Jesus e causem um impacto significativo em sua nação e além dela.
- Ore pelos líderes da Igreja, para que eles tenham sabedoria em pastorear o rebanho. Agradeça ao Senhor pelos líderes e membros fieis.
- Ore por união entre as denominações cristãs da Eritreia e também pelo seu crescimento espiritual.
- Ore para que o governo seja correto e justo, e que trate todas as religiões com igualdade e justiça.
- Ore pelas finanças de cada congregação. Os líderes precisam ser pagos, templos precisam ser mantidos e eles têm uma grande responsabilidade de cuidar das famílias dos membros que estão no serviço militar.
Oremos e divulguemos o que tem acontecido na Eritréia.
E se fosse conosco? Pense nisso!
A Eritreia divide-se em quatro principais regiões fisiográficas: a planície costeira do mar Vermelho; o planalto centro-sul, que forma o núcleo do país; as colinas das áreas norte e centro-oeste; e os amplos planaltos ocidentais.Ex-colônia italiana, a Eritreia foi ocupada pela Inglaterra em 1941. Em 1952, as Nações Unidas resolveram transformá-la em uma entidade autônoma federada à Etiópia. Entretanto, dez anos depois, o imperador da Etiópia Haile Selassie decidiu anexá-la ao território etíope, dando início a uma luta armada que durou 32 anos.
A independência veio logo depois da derrota do sucessor de Haile Selassie, Mengistu Haile Marian. Em 1993, em um referendo apoiado pela Etiópia, o povo eritreu votou quase que unanimemente em favor da independência, deixando a Etiópia sem saída para o mar.
A Eritreia saiu de sua demorada guerra de independência em 1993 somente para mergulhar mais uma vez em guerra, primeiro com o Iêmen e depois, de forma mais devastadora, com sua velha adversária, a Etiópia.
Em novembro de 2007, uma comissão internacional delimitou a fronteira entre a Eritreia e a Etiópia. O governo eritreu aceitou, mas o etíope não. Por conta disso, a ONU ordenou que tropas de paz ficassem na região até junho de 2008.
A Eritréia cortou o fornecimento de combustível para as tropas da ONU, forçando-as a sair. Pouco tempo depois de deixarem o país, tropas eritreias iniciaram uma batalha contra forças do Djibuti na fronteira entre os dois países.
A Igreja
Os cristãos são basicamente ortodoxos, e quase inteiramente da etnia tigrinia. As igrejas evangélicas estão crescendo, mas são limitadas em recursos para treinamento e evangelismo.
O medo que o governo tem do extremismo islâmico e dos evangélicos praticamente acabou com projetos e ajuda de ONGs internacionais, e também restringiu a entrada de obreiros cristãos.
O resultado do extremismo
ONDA DE MASSACRES PROVOCA ÊXODO DE CRISTÃOS DO IRAQUE
O incidente ocorreu num domingo, quando um grupo de homens armados invadiu a Igreja da Nossa Senhora da Salvação, a maior igreja cristã de Bagdá, e tomou dezenas de fiéis que assistiam à missa como reféns. Após horas de impasse, a polícia iraquiana, auxiliada por forças americanas, invadiu a igreja. Pelo menos 52 pessoas foram mortas e outras 56 ficaram feridas. Com janelas destruídas e paredes danificadas por explosões e balas, a igreja já reabriu suas portas e alguns fiéis retornaram para assistir a mais um serviço religioso. Mas enquanto a missa era celebrada em Bagdá, um importante clérigo iraquiano em visita a Londres, o arcebispo Athanasios Dawood, convocava cristãos iraquianos a abandonar o Iraque por causa dos perigos que ameaçam a comunidade.
"Se ficarmos, eles nos matarão", disse ele à BBC, após falar a uma congregação de cristãos ortodoxos iraquianos durante uma missa na capital britânica. "O que é melhor, fugir ou ficar? Ser morto ou ficar vivo? Mas quando eu digo a eles que saiam, meu coração está machucado", disse Dawood. Líderes da Igreja e políticos cristãos em Bagdá, no entanto, são unânimes em pedir à comunidade que fique.
"Se ficarmos, eles nos matarão", disse ele à BBC, após falar a uma congregação de cristãos ortodoxos iraquianos durante uma missa na capital britânica. "O que é melhor, fugir ou ficar? Ser morto ou ficar vivo? Mas quando eu digo a eles que saiam, meu coração está machucado", disse Dawood. Líderes da Igreja e políticos cristãos em Bagdá, no entanto, são unânimes em pedir à comunidade que fique.
Cristão iraquiano em passeata contra a crescente onda de violência extrema, ocorrida recentemente naquele país.
'Testemunhas'
O bispo católico siríaco de Bagdá, Ignatius Metti Metok, disse que perdeu metade de sua congregação habitual no ataque da semana passada contra a sua catedral. Ele disse que os fiéis lhe perguntam, "você quer que fiquemos após o que aconteceu? Pode acontecer de novo, e quem vai nos proteger?". "Dizemos a eles, a Igreja é contra a emigração. Temos de ficar aqui, quaisquer que sejam os sacrifícios, para sermos testemunhas da nossa fé. Mas as pessoas são humanas e não podemos impedi-las de partir".
Políticos cristãos ficaram furiosos com sugestões de que sua comunidade deveria ir embora, e de que países ocidentais deveriam abrir suas portas para cristãos em êxodo do Iraque. "Esta é nossa casa, vivemos com os muçulmanos há séculos, este é nosso destino e vamos permanecer juntos", disse o político cristão Yonadam Kanna, um influente membro do parlamento iraquiano.
"Isto é quase um paralelo com o que a Al-Qaeda está fazendo contra nós. A Al-Qaeda está tentando nos expulsar e vocês estão querendo me expulsar. Isto é contra meu interesse, contra o meu povo, contra o meu país", disse Kanna. Ele ficou particularmente indignado com o que acredita ser um plano do governo francês de convidar mil cristãos iraquianos para viver na França. "Isto é contra os interesses dos cristãos, joga os muçulmanos contra nós e é um abandono dos valores europeus, que consideram pessoas enquanto seres humanos e não enquanto cristãos ou muçulmanos".
Oferta de refúgio
Na segunda-feira, a embaixada francesa em Bagdá organizou voos de emergência para levar à França cerca de 40 feridos no ataque contra a igreja e alguns acompanhantes. Mas o embaixador francês em Bagdá, Boris Boillon, ressaltou que a evacuação é motivada por razões médicas e humanitárias, e que a oferta de mil vistos a iraquianos em geral - e não apenas a cristãos - é parte de um programa europeu iniciado em 2008.
"A França tem uma longa tradição, de centenas de séculos, de oferecer refúgio a pessoas em perigo", ele disse à BBC. "Mas queremos que o Iraque mantenha sua identidade plural, e que a presença dos cristãos seja parte dessa identidade". Ainda assim, há temores de que o massacre na igreja resulte em outras ondas de emigração. Fadya Issa está prestes a sair do país com o marido, os dois filhos jovens e a cunhada Samira. A família vai emigrar para os Estados Unidos.
Ela explicou que não se trata de uma decisão impulsiva motivada pelo ataque contra a igreja, mas admite que o incidente reforça sua decisão. A família esperou dois anos por um visto americano. Eles não conhecem os Estados Unidos e nunca viajaram de avião. Estão indo para a Califórnia, onde vive o irmão de Samira, mas não sabem exatamente onde. A família fala cerca de quatro palavras em inglês. "Claro, é triste deixar sua terra natal, o lugar onde você nasceu e cresceu, e tudo o que você conhece", disse Fadya. "Mas o que podemos fazer? Aqui, você sente medo o tempo todo. Você sente medo em casa, quando leva as crianças para a escola, quando vai ao mercado. Onde quer que você vá, você está com medo".
O resultado do extremismo islâmico: cabeças de cristãos decepadas em frente a uma igreja.
Não apenas cristãos
Os cristãos vivem no Iraque há cerca de dois mil anos, mas desde 2003 a comunidade vem se reduzindo dramaticamente. Não há dados oficiais, mas segundo estimativas, o número caiu de 900 mil para a metade. "Antes da mudança no regime, há sete anos, não tínhamos massacres como este", disse o bispo Metti Metok. "Claro que estamos preocupados com o futuro da nossa comunidade. Embora nós os encorajemos a ficar, eles nos perguntam: você garante as nossas vidas?". Metok e outros líderes da igreja enfatizam que não são somente os cristãos que estão sofrendo. Dois dias após o ataque contra a igreja, cerca de 90 pessoas foram mortas em uma série de explosões de bombas em áreas xiitas. Mesquitas xiitas, peregrinações e funerais, assim como mercados cheios e ruas movimentadas tem sido atacadas com frequência.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
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